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Mostrando postagens de abril, 2018

A garota da Fila

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Era um dia comum, peguei meu onibus de volta para o trabalho, e como sempre a encontrei no meu caminho. Ela estava lá, desta vez de moletom rosa e uma calça justa. Estava frio, fim de junho, e eu estava com meu casaco longo e uma touca ridícula. Eu, claro, fiquei sem graça como sempre quando a vi, ela parecia tímida também, estava com fone de ouvido e olhava para a tela do celular. Não sei é bom sinal, nunca entendo esses tais sinais, mas sempre que eu a olhava ela erguia os olhos e desviava. Eu queria disfarçar essa minha cara de nervoso, queria inspiração pra dizer algo interessante, queria saber de que série ela gostava, ou a sua cor favorita, ou o que a irrita e o que a deixa envergonhada. Queria aprender tanto sobre ela, todos os detalhes.... mas calma, dizia meu cérebro, ela era apenas a garota da fila que utilizava o mesmo ônibus que eu. Ainda assim algo em mim dizia que eu precisava conhece - la, apenas sentia isso como uma necessidade, algo que ia alem da própria comp

Dias nublados ....

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Odeio tempos amenos, quando o ceu ta nublado e as nuvens estão cinzas, quando o ar tem gosto fresco, e o gelado bate nos ossos. Mas não foi sempre que odiei esse tipo de tempo, oh não, houve uma época que eu gostava de sair na rua e sentir que estava caminhando para o paraíso. Houve uma época que tempos chuvosos me lembravam chocolate quente, tv, cobertores quentinhos e calmaria. Mas isso foi antes de você, antes de eu conhecer seu abraço, de eu sentir seu cheiro, de me ver segura em seus braços. Agora ao sair na rua em dias nublados lembro dessa época, época que você era meu e eu era unicamente sua, onde eu me deleitava em teus braços e sentia um carinho incomum, que teu colo era meu cobertor e que seus olhos eram minhas chamas. Sabe o que é pior disso tudo? É que só com você que escrevia poemas, só você que fazia minhas declarações terem sentido, e só você que me inspirava a tanto. A ironia disso tudo é que você e eu sempre fomos errados um para o outro e que dávamos tão ce

Sobre vidas entrelaçadas e orgulho.

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Então eles eram a sintonia um do outro, porém jamais saberiam porque eram orgulhosos de mais para se permitirem. Mas todo mundo reparava como o campo magnético ao redor deles se intensificava cada vez que um estava ao lado do outro. Todo mundo via como os olhos, mesmo sem querer,  brilhavam ou como eles ficavam sem saber como agir. Ela por trás da sua frieza e ele por trás de sua falsa simpatia, fingiam que nada acontecia, que sua pulsação não fica acelerada ou que os batimentos cardíacos ficavam descompassados. Mas eles sentiam, ah sim, eles sentiam o quanto era forte aquela sensação e o quão perigoso era para os dois aquilo. Talvez fosse isso, e não o orgulho, que prendia eles um ao outro e ao mesmo tempo seus destinos infelizes. Porque, por mais que detestassem admitir, eles nao sentiriam nunca mais aquela necessidade da eletricidade correr por suas veias, não com qualquer outra pessoa. As outras eram tão.... sem sal, sem vida, enquanto a combinação dos dois era a vida pura em