Apaixonada...






Ela era apaixonada por ele havia anos, e o amava em silêncio. Em cada sorriso que abria, em cada olhar que desviava e em cada batida de seu coração. Ele não tinha nada de diferente, era só um cara idiota, com cabelos e olhos castanhos, que as vezes fingia ser músico e sonhava alto de mais. Ela tinha um problema, ela o amava. E em vez de cada vacilo, ela via escolhas, se via no personagem infeliz que ele criava, ela compartilhava a mesma decisão. Ela estava tão ferrada... porque ela sabia que o amaria para a vida toda, o que sinceramente não valia a pena já que era um cara qualquer. Ela fez coisas, coisas erradas que pareciam ser certas no momento porque simplesmente acreditou em uma emoção tola que sentia durante metade da sua vida. Mas o que dizer? Ela era uma jovem adolescente e pensava que entendia de sentimentos e que eles eram recíprocos, e talvez ainda seja tão ingênua quanto antes se acreditar que um homem que não era nem a metade disso por toda vida fosse mudar algo. Um homem que lhe deu todos os motivos para odia-lo, tratando-a como uma segunda opção, um homem que nunca confiou de fato nela, alguém que só pensou em si os 99,9% da vida inteira, porque os 0,1% restante ele estava dormindo. E ainda assim, apesar de todas as oportunidades que ele teve para se redimir e lhe dar o devido valor, ainda assim, por mais ridículo que possa parecer e mais sadomasoquista que possa soar, ela apesar de tudo isso todos os defeitos, as falhas, os erros, as burrices - por que sinceramente ter uma mulher como ela nas mãos e deixar escapar tantas vezes deveria ser considerado como burrice - ela ainda o amava e não era pouco. Provavelmente devesse ir ao psiquiatra pelos danos emocionais que o homem lhe causou, apenas manipulando o sentimento ao seu bel prazer, e talvez ainda assim ela jamais pudesse esquecer tudo aquilo. Porque simplesmente é impossível esquecer a química que rolava, as faíscas que se soltavam, o ar pesado, as mãos perfeitamente entrelaçadas, o corpo incrivelmente ajustado um ao outro. Era impossível de esquecer o contato de almas que era feito a cada vez que se encontravam, cada vez que ela lutava por um não, quando sua vontade era dizer sim, quando era o certo pelo errado e era uma merda o errado parecer tão certo e ficar lindo de terno de grife azul marinho. Ela devia seguir em frente, realmente para alguém que teve tantos danos emocionais o melhor a se fazer era superar, mas como superar algo que nunca foi se quer confrontado? Talvez o erro fora em nunca ter tentado algo de verdade, ou talvez fora em acreditar de mais nas pessoas. Independente de qual tenha sido o erro, foi um erro. E isso não muda o fato de que ele era um idiota, que arruinou a capacidade de alguém de demonstrar o que sentia apenas por medo de ser confrontada posteriormente, mas também não muda o fato de que foi sentido, de uma maneira única e talvez a maneira mais completa que alguém chegou de realmente se encaixar em alguém tão perfeitamente. Ela poderia estar fazendo mil coisas, incluindo parar de dar chance a fracassados e parando de pensar em reencontros feitos ao acaso. Ela poderia estar fazendo mil coisas, mas nenhuma delas pareceria tão certo que escrever um artigo ridículo sobre um idiota qualquer que jamais leria ele porque se acha perfeito o suficiente para isso. Mas a questão é que esse idiota nunca iria saber se não lê-se que não é porque ela o amou menos depois que fez tudo isso, mas por que o amou demais e nunca foi retribuída devidamente. A questão é que ela pode viver muito bem sem você, viveu anos assim, a questão é que ela ama o suficiente para não querer que seja assim. Talvez seja só uma obsessão de adolescente, talvez seja o amor da sua vida ou talvez seja mais mil coisas, mas nunca saberá se não tentar.


Revisão : Paulo Victor Silva, obrigada irmãozinho 😍

Votem e comentem ♡ muito importante pra mim a opinião de vocês.

Postagens mais visitadas deste blog

Um beijo inesquecível ♡

A garota da Fila

Meu homem perfeito!